Um dia andava a passear, sentia - me perdida, completamente desorientada
não sabia por que caminhar ir nem em quem podia confiar. Para mim todos os
caminhos metiam medo, olhava para toda a gente com um olhar de receio. Achava
que todos os caminhos me podiam levar a um sítio mau, nunca pensava que me
podia levar a algo de bom e as pessoas por quem passava pensava que todas me
queriam fazer mal se eu lhes dissesse que estava perdida mas comecei a ganhar
confiança de mim própria, parei de ter medo de enfrentar qualquer coisa que
seja. Olhei à minha volta, reparei no mundo e na realidade onde estava, não
queria acreditar que a vida podia ser tão cruel ao ver aquelas crianças
sozinhas na rua, ao deus dará, com um aspecto completamente sujo. Homens c
armas nos bolsos, assaltos a ocorrerem sem ninguém para prender os assaltantes,
prédios a cair e cheios de grafites, as más condições de vida que aquelas
pessoas tinham. Queria fazer alguma coisa mas estava sozinha, não conhecia
aquele lugar, nunca tinha estado ali. As lágrimas vieram - me aos olhos, só
tenho treze anos não sei viver sozinha sem ninguém para me ajudar, não posso
arranjar um trabalho para me sustentar, preciso de uns pais para cuidarem de
mim, não consigo estar sozinha num sitio desconhecido. Confesso que estava c
medo, tremia por todos os lados, as lágrimas escorriam - me pela cara, o meu
olhar de tristeza era carregado, estava a entrar em desespero até vi uma luz ao
fundo do túnel! Seguia, ela nunca mais acabava, estava a ficar cansada embora
nada me fizesse desistir, eu continuava a caminhar sem olhar para trás, com
medo que alguma coisa de mal me acontecesse. Comecei a não conseguir ver nada,
a luz era demasiado forte até que aquela luz toda começa a enfraquecer e eu
começo a ver o que está do outro lado, um campo verde, cheio de flores,
animais, rios e cascatas, casais de namorados e casados com os seus filhos, ali
não existia nada de mau.